A forma como pessoas com deficiência são nomeadas reflete a compreensão da sociedade sobre essa condição e pode reforçar o capacitismo. Termos como “inválidos”, “incapacitados” e “defeituosos” são exemplos de designações preconceituosas que foram historicamente usadas.
Romeu Sassaki, principal teórico brasileiro sobre inclusão social, defendeu em 2005 que é direito das pessoas com deficiência escolherem como desejam ser chamadas.
Desde a Conferência de Salamanca em 1994, o termo “pessoas com deficiência” ganhou força. No Brasil, o uso da expressão foi consolidado no início dos anos 2000, durante um encontro no Recife entre as principais organizações de pessoas com deficiência. O movimento rejeitou o termo “portadores de deficiência”, nomenclatura mais popular na época.
O motivo seria a ideia de que “portar” algo não se aplica a uma condição inata ou adquirida que faz parte da pessoa. A Convenção da ONU de 2006 adotou oficialmente o termo “pessoas com deficiência” (PCD), em alinhamento com os princípios de:
- Não suavizar a presença da deficiência (como o caso do termo “pessoas com necessidades especiais”);
- Garantir a humanização das pessoas (manter sempre o “Pessoa com” para não resumir PCDs apenas por uma deficiência);
- Promover a igualdade;
- Facilitar a identificação das diferenças para reduzir as restrições de participação na sociedade.
O termo “SIC” vem do latim e é traduzido como “assim estava escrito”. Essa expressão é utilizada para indicar que um trecho escrito foi reproduzido fielmente, mesmo que apresente erros de grafia, sintaxe ou de informação. Como não são utilizados mais termos como “portadores” ou “deficientes”, foram marcados com (SIC) todos os nomes de locais ou eventos que vieram antes da nomenclatura “pessoas com deficiência” ou que ainda utilizam esses termos.